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O lançamento de "O cinema de Guzmán", na Cinemateca do MAM/RJ, 28/04/2023

  • Foto do escritor: Fábio Monteiro
    Fábio Monteiro
  • 4 de mai. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de out. de 2023

RESUMO: O presente artigo é uma nota sobre o lançamento do livro "O cinema de Patricio Guzmán - história e memória entre as imagens políticas e a poética das imagens", publicado pela Ed. Paco, em dezembro de 2022, na retomada das atividades do Cineclube Sala Escura na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 28 de abril de 2023.


A ideia era assumir alguns riscos. Em primeiro lugar, apostar no retorno do público à primeira sessão do Cineclube Sala Escura após a pandemia do COVID-19. Em segundo lugar, garantir uma boa adesão via redes sociais, afinal a Cinemateca está em reformas, o Cineclube estava retornando e, sabemos, as redes são um inferno de informações rs... Em terceiro lugar, garantir a contratação de um/a estagiário/a para nos ajudar a "dar conta de todo este recado" rs

Claro, no fim das contas tudo dá certo: o evento foi um sucesso contando com uma soma de esforços: o Cineclube Sala Escura, a Plataforma de Reflexão do Audiovisual Latino-Americano e a Cinemateca do MAM/RJ que, gentilmente, nos cedeu a sala de quatro horas de seu valioso tempo para a exibição de "A Cordilheira dos sonhos" e um bate-papo muito, mas muito enriquecedor que contou com a participação de amantes do cinema, pesquisadores e profissionais da Psicanálise - que, curiosamente, são cada vez mais numerosos nas pesquisas sobre Guzmán.

Confesso: a primeira aposta era tentar exibir o filme "Meu país imaginário", o mais recente filme de Guzmán sobre as mobilizações sociais que tomaram conta do Chile em outubro de 2019 e provocaram, dentre outras questões, a Assembleia Constituinte. Porém, como não foi possível, a Cinemateca optou pela "Cordilheira dos sonhos", sendo que esta acabou sendo uma escolha muito oportuna devido ao perfil do público.

Creio que seja possível dizer que metade do público presente naquela noite de quinta-feira estava vendo Guzmán pela primeira vez, enquanto a outra metade conhecia parcialmente o seu cinema. A primeira metade do filme, com um forte apelo poético, causou reflexão - é torpor que se diz, quando não se quer dizer sono, né? rs - e acomodação...

Entretanto, a entrada em cena de Pablo Salas, um totem da produção de vídeo chilena, exatamente na metade do argumento fílmico causa estranhamento e incômodo: isto porque ele aparece como uma espécie de avatar de Guzmán, um cineasta que filmas as ruas, as lutas callejeras, as mobilizações sociais chilenas desde os 1980! Portanto, a segunda metade do filme contém uma forma de fusão de suas imagens dos protestos sociais contra a violência política da ditadura pinochetista com as imagens das lutas contemporâneas contra a violência econômica sistêmica do neoliberalismo...

Em resumo, o bate-papo que havia sido planejado para cerca de 20 minutos, acabou durando uma hora, pois todos tinham algo a dizer, algo a testemunhar. O cinema do Guzmán tem esta força: exige contemplação e, ao mesmo tempo, evoca uma conversa; ele impõe as imagens pela negatividade, por aquilo que sugerem e, ao mesmo tempo, nos chamam para conversar uns com os outros e nos questionar "será que estamos vivendo a mesma história de terror dos anos ditatoriais?".

Aparentemente pessimista ou realista, o seu cinema ao mesmo tempo nos leva a um estado de contemplação elegante em que somos convocados a sonhar por uma outra sociedade e reconhecer que a imaginação e os sonhos são uma forma de se fazer política cada vez mais atual.


PS: Chile; Allende; Guzmán; 50 anos do golpe chileno; Cinema;



 
 
 

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